Pesquisa do IPR (Instituto de Pesquisa de Resultado) revela que 53,10% dos eleitores de Mato Grosso do Sul considerou exagerada a pena de 27 anos e três meses do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado. Apenas 32,38% dos sul-mato-grossenses avaliam que a pena imposta é adequada.
Conforme o levantamento, divulgado nesta terça-feira (23) pelo Correio do Estado, 10,24% dos moradores avaliam que a pena foi insuficiente e deveria ser maior. Já 4,29% não responderam ou não souberam avaliar.
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Bolsonaro foi condenado pelo placar de 4 a 1 pela 1ª Turma do STF. Com o julgamento dos recursos, o ex-presidente poderá deixar a prisão domiciliar e ser transferido para o regime fechado em uma sala da Polícia Federal, do Exército ou cela especial na Papuda.
O IPR apontou que 60,62% dos homens acharam a pena exagerada, enquanto o índice ficou em 46,70% entre as mulheres. Os jovens de 16 a 24 anos, que não conviveram com a última ditadura militar brasileira, são os mais críticos a pena e 65,31% a consideraram exagerada. Enquanto os mais velhos, com mais de 70 anos, 42,59% criticaram a pena.
A maior parte das eleitoras, 37,89%, acharam a pena adequada, enquanto entre os homens, esse percentual cai para 25,91%
“Ou seja, mesmo que alguns ainda concordem que o ex-presidente tem culpa, a maioria pensa que ele deveria ter uma pena menor. Somando-se os que acharam a pena adequada (32%) e insuficiente (10%), chega-se a 42%, índice inferior aqueles que a consideraram exagerada”, disse o diretor do IPR, Aruaque Fresato Barbosa.
Aruaque Barbosa explicou que é possível perceber que a sociedade está muito dividida em relação a esse tema da sentença.
“Aqui, como é um estado conservador, o Bolsonaro tende a ter uma opinião mais favorável. Então, sobre esses 27 anos e 3 meses de prisão, um pouco mais da metade dos sul-mato-grossenses considera a pena exagerada”, apontou.
Para ele, com base nos dados apresentados na pesquisa IPR/Correio do Estado, a percepção predominante no Estado é de que o STF “exagerou na dose” ao aplicar essa condenação.
O IPR ouviu 420 eleitores entre os dias 19 e 20 de setembro deste ano. A margem de erro é de 4,80% para mais ou menos.