Os bolsonaristas considerados raiz, que ainda são indignados com a corrupção e não se curvaram ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), podem impulsionar o partido Novo nas eleições de 2026 em Mato Grosso do Sul. A sigla sonha em contar com o deputado federal Marcos Pollon (PL), o mais votado na última eleição, para disputar o Governo, e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) para disputar o Senado.
De acordo com o presidente estadual do Novo, Gustavo Scarpanti, ele fez o convite para Pollon e Contar no final do ano passado. Não houve avanço nas negociações. No entanto, a sigla segue aberta e tem esperanças de contar com ambos na disputa dos principais cargos majoritários.
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Pollon não compareceu à filiação de Reinaldo no PL no último domingo (21). Nesta semana, ele publicou uma nota de que será candidato a governador pelo partido, apesar da cúpula já ter antecipado o apoio à reeleição do governador Eduardo Riedel (PP).
Outro que não compareceu ao ato foi o deputado estadual João Henrique Catan (PL). Ele tem se notabilizado por ser o principal crítico da gestão tucana e de Reinaldo Azambuja. De acordo com o Correio do Estado, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, deu carta branca para Reinaldo definir o futuro dos “rebeldes”.
Críticos à corrupção no passado, os vereadores Rafael Tavares e André Salineiro já abraçaram a candidatura de Reinaldo Azambuja ao Senado. A dupla repete a trajetória dos políticos tradicionais, o discurso é um, a prática é outro. Eles vão estar no mesmo palanque do ex-deputado federal Edson Giroto (PL), que foi condenado duas vezes e é réu em várias ações da Operação Lama Asfáltica. O ex-secretário afirma que é vítima de perseguição e se comparou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e em prisão domiciliar.
O Novo não conseguiu eleger nenhum vereador na Capital ou deputado estadual. A sigla do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, pode ganhar força com a chegada dos bolsonaristas que não aceitam ser tutelados por Reinaldo Azambuja, apesar dos acenos do ex-governador de buscar o diálogo e reforçar a defesa de Bolsonaro no Estado.
João Henrique argumentou que vai insistir em uma candidatura de direita, mas não se manifestou sobre a saída do PL. “A união do governador Riedel com o PT e a necessidade deste vínculo e socorro do governo federal em razão da situação ruim do estado de Mato Grosso do Sul, vai fortalecer as vozes em torno do projeto próprio da direita para 2026. Então continuarei defendendo enquanto puder ser ouvido, para que o partido projete nossas candidaturas ao governo, senado e outros espaços de alta representatividade!”, afirmou.