Bosco Martins – No livro O Voo das Borboletas, Simone Tebet fala de transformação. Fora das páginas, o voo é eleitoral: a ministra pode trocar MS por SP na disputa ao Senado de 2026.
Em Mato Grosso do Sul, o terreno é árido. Conservador por tradição, o estado terá duas vagas em disputa e nomes pesados já em movimento, como Reinaldo Azambuja no PL. Tebet, apesar do berço político, enfrentaria mais pedras do que asas.
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Em São Paulo, o cenário é outro. Ovacionada em palco petista, onde antes seria vaiada, Simone tornou-se trunfo raro: um nome capaz de unir forças em um colégio eleitoral estratégico para Lula. Ali, a candidatura pelo PSB de Alckmin abriria espaço para consolidar sua projeção nacional.
O fator familiar pesa. Eduardo Rocha, marido e chefe da Casa Civil em MS, deve voltar à Assembleia Legislativa, mantendo vínculos com Riedel e um MDB refratário a Lula. Permanecer no estado significaria dividir palanque em casa.
A decisão ainda é shakespeariana — ser em MS ou em SP — mas o presságio do livro parece claro: a crisálida já se rompeu, e a borboleta prepara voo para além do casulo sul-mato-grossense.