Albertino Ribeiro – De acordo com a inteligência artificial Overview, o feudalismo foi um sistema social, político e econômico que dominou a Europa Ocidental durante a Idade Média, caracterizado pela posse da terra (feudo) como principal fonte de riqueza. Hoje vivemos em um novo feudalismo em que a posse da terra foi substituída pela nuvem.
Não estou querendo fazer aqui um jogo de palavras, colocando um contraste entre a terra cultivada por nós seres humanos e as nuvens que estão acima de nós. Refiro-me às nuvens virtuais hoje dominadas principalmente por estes senhores: Microsoft, Elon Musk, Jason Bezos e Zuckerberg.
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No feudalismo antigo, os senhores de terra permitiam o uso de suas propriedades em troca de uma renda. Os vassalos trabalhavam muito e, periodicamente, remuneravam os senhores da terra pelo seu uso. Este sistema caiu com o advento do capitalismo. Agora, parece que o capitalismo está dando lugar, não para um antigo feudalismo, mas para um congênere turbinado e mais poderoso.
Hoje, até as empresas capitalistas se submetem aos senhores feudais e pagam-lhes uma renda para usar sua terra virtual. Dificilmente encontraremos uma empresa fora desse contexto. Se a empresa existe de fato, ela estará em alguma plataforma, utilizando seus algoritmos e, ao mesmo tempo, sendo usados por eles.
As grandes plataformas possuem tentáculos poderosos que conseguem capturar qualquer tipo de atividade econômica e qualquer tipo de produto. Elas podem vender qualquer tipo de bens e serviços a um custo muito baixo, tornando-se mais lucrativas do que as empresas físicas que nós conhecemos.
Destarte, muito poder fica concentrado na mão dessas empresas, que se põem a enfrentar, inclusive, os estados nacionais, pois estas rejeitam se adequar as leis das nações soberanas, enfraquecendo os Estados onde elas atuam, enfraquecendo a democracia mundo afora.
É urgente os estados nacionais implantarem mecanismos que impeçam o domínio cada vez mais abissal e dantesco desses senhores feudais pós-modernos ou então, brevemente, viveremos numa grande distopia.
