O procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, denunciou o prefeito de Terenos, Henrique Wancura Bucke (PSDB), e mais 25 pessoas pelos crimes de corrupção passiva e ativa, organização criminosa, lavagem de capitais e fraude em licitação. Eles podem ser condenados a cadeia, suspensão dos direitos políticos, serem proibidos de ocupar cargos públicos e a pagar indenização por danos morais de R$ 10 milhões.
A denúncia foi protocolada no Tribunal de Justiça porque o tucano tem foro privilegiado e o relator será o desembargador Jairo Roberto de Quadros. A denúncia foi notificada inicialmente pelo jornal Midiamax e confirmada pelo O Jacaré.
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Henrique está preso e afastado do cargo de prefeito de Terenos. O escândalo surgiu com a deflagração da Operação Spotless, deflagrada no dia 9 deste mês. A denúncia faz parte dos esforços da procuradoria porque se trata de réus presos.
“Em síntese, o esquema dedicava-se ao direcionamento de licitações do Município de Terenos/MS, notadamente para a execução de obras de engenharia – reformas de ESFs, escolas, calçadas, asfaltos etc. –, de modo a se implementar um revezamento entre as empresas que seriam vitoriosas nos certames, garantindo que todos os envolvidos se beneficiassem das fraudes, cujo exaurimento, sempre, foi o pagamento de propina a agentes públicos”, pontuou Júnior.
“O direcionamento das licitações ficou caracterizado desde a origem, quando se identificou que as empresas concorrentes eram previamente eleitas pelo conluio instalado; passou pela troca aberta e livre da documentação exigida em Edital, especialmente propostas; e encerrava-se com os atos necessários à adjudicação do objeto em favor de determinada pessoa jurídica”, afirmou.
“Com efeito, restou categoricamente comprovada a existência de uma organização criminosa, estável e duradoura, instalada na administração Municipal de Terenos/MS, forte na fraude de licitações e corrupções, que teve a atuação identificada ao menos desde 2021 e se mantém plenamente ativa até os dias atuais (ano de 2025), sendo chefiada pelo próprio Prefeito Municipal, o denunciado HENRIQUE WANCURA BUDKE, e composta por ARNALDO GODOY CARDOSO GLAGAU, ARNALDO SANTIAGO, CLEBERSON JOSÉ CHAVONI SILVA, EDUARDO SCHOIER, FÁBIO ANDRÉ HOFFMEISTER RAMIRES, FERNANDO SEIJI ALVES KUROSE, GENILTON DA SILVA MOREIRA, HANDER LUIZ CORREA GROTE CHAVES, ISAAC CARDOSO BISNETO, LEANDRO CÍCERO ALMEIDA DE BRITO, NÁDIA MENDOÇA LOPES, ORLEI FIGUEIREDO LOPES, RINALDO CORDOBA DE OLIVEIRA, ROGÉRIO LUÍS RIBEIRO, SANDRO JOSÉ BORTOLOTO, SANSÃO INÁCIO REZENDE, TIAGO LOPES DE OLIVEIRA e VALDECIR BATISTA ALVES, sem prejuízo de eventuais integrantes ainda não identificados”, concluiu o chefe do MPE.
Foram denunciados:
- Henrique Budke (PSDB), prefeito afastado de Terenos
- Arnaldo Godoy Cardoso Glagau (PSD), vereador e empresário
- Arnaldo Santiago, empresário
- Cleberson José Chavoni Silva, empresário
- Daniel Matias Queiroz, empresário
- Edneia Rodrigues Vicente, empresária
- Eduardo Schoier, empresário
- Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar do Batalhão de Choque e empresário
- Felipe Braga Martins, empresário
- Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
- Genilton da Silva Moreira, empresário
- Hander Luiz Correa Grote Chaves, empresário
- Isaac Cardoso Bisneto, ex-secretário municipal de Obras e Infraestrutura
- Leandro Cícero de Almeida Brito, engenheiro
- Luziano dos Santos Neto, empresário
- Maicon Bezerra Nonato, servidor público municipal
- Marcos do Nascimento Galitzki, empresário
- Nádia Mendonça Lopes, empresária
- Orlei Figueiredo Lopes, comerciante
- Rinaldo Córdoba de Oliveira, empresário
- Rogério Luís Ribeiro, empresário
- Sandro José Bortoloto, empresário
- Sansão Inácio Rezende, empresário
- Stenia Souza da Silva, empresária
- Tiago Lopes de Oliveira, empresário
- Valdecir Batista Alves, empresário