O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrou na manhã desta quarta-feira (1º de outubro), a “Operação Copertura”, tendo como objetivo o cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Campo Grande, Miranda e Sidrolândia. O Ministério Público Estadual apura esquema de corrupção iniciado há cinco anos e que contava com empresas sem sede e funcionários.
O cumprimento dos mandados decorre de decisão judicial proferida no bojo da investigação, que apura os crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, bem como delitos correlatos.
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A investigação constatou a existência de uma organização criminosa que atua fraudando, sistematicamente, licitações de diversos tipos de produtos no município de Miranda, desde 2020, por meio do conluio de empresários que fornecem propostas ou orçamentos “cobertura” e contando com atuação decisiva de agente público no esquema criminoso.
Algumas empresas não possuíam sequer sede própria ou funcionários registrados, mas venciam licitações de produtos das mais variadas características, como, por exemplo, materiais de construção, escritório, gêneros alimentícios, produtos de limpeza, informática, kits escolares, etc.
A operação contou com apoio operacional do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do Batalhão de Choque e do BOPE (Batalhão de Operações Especiais).
O termo “copertura”, de origem italiana, se traduz em português como “cobertura”, fazendo referência a artimanha comumente utilizada por organizações criminosas especializadas em fraudes licitatórias, em que os licitantes em conluio fazem orçamentos “cobertura” para determinada empresa vencer o certame.
A investigação abrange as últimas gestões dos prefeitos Edson Moraes, eleito em 2019 e reeleito em 2020, e de Fabinho Florença, eleito no ano passado. Os dois são do PSDB.