O projeto “Centro em Ação”, lançado pela prefeita Adriane Lopes (PP) não tem medidas efetivas para salvar o comércio na região central de Campo Grande e fica limitado ao discurso. A avaliação é do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Adelaido Vila Figueiredo. Sem vagas de estacionamento e até sem varrição de ruas, lojas agonizam com a queda de 67% no valor do gasto médio pelos consumidores.
Na ofensiva para melhorar a imagem, a prefeita e o marido, o deputado estadual Lídio Lopes (sem partido), reuniram empresários, servidores e representantes de entidades para anunciar o projeto na última terça-feira (30).
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Além de anunciar a ronda da Guarda Municipal, que nunca deveria deixar de ser feita, a prefeitura decidiu relançar a obra de reforma do antigo Hotel Campo Grande, que começou no ano passado e tem investimento de R$ 60 milhões, com previsão de gerar 100 empregos pela Rede Slaviero.
Adriane também citou o projeto do plano de saúde Hapvida, que vai construir o hospital no cruzamento das ruas José Antônio e Barão do Rio Branco. A unidade terá R$ 100 milhões e vai gerar 456 empregos diretos.
“Apesar da boa intenção, ainda sentimos a falta de um planejamento sólido e de ações que realmente tragam resultados para transformar o centro em um espaço mais vivo, seguro e atrativo para todos. É hora de sair do discurso e partir para projetos que façam sentido de verdade para a população”, afirmou o presidente da CDL.
“O centro agoniza mesmo, e você para na 14 no embarque e desembarque e é multado, acabei de receber um presente 🎁 querem arrebentar com o centro”, lamentou outro consumidor. “Sem medidas consistentes, qualquer projeto fica só na teoria. Precisamos de ação real”, ressaltou.
Sem parquímetro
No cargo há quase quatro anos, Adriane não conseguiu retomar o estacionamento rotativo no Centro. A atual administração patina na boa intenção e, desde março de 2022, não conseguiu lançar nem o edital da licitação do novo parquímetro.
De acordo com a CDL, mais de 800 vagas foram extintas com a suspensão do serviço. Houve queda no fluxo de clientes. O ticket médio caiu de R$ 152 para R$ 49, retração de 67,9% em apenas três anos.
“Se não há onde estacionar, não há cliente. Sem cliente, não há venda. Essa é a equação simples que a Prefeitura insiste em ignorar. Estamos há quase quatro anos pedindo o óbvio: que o estacionamento rotativo volte a funcionar”, afirmou Figueiredo.
Além disso, falta varrição, coleta do lixo e limpeza das vias públicas. Aos poucos, graças ao estilo Adriane, a Capital vai perdendo a fama de uma cidade limpa e encantadora. Pelos críticos, a prefeita segue em campanha, mas não consegue implementar as medidas para resolver os problemas da cidade.