A senadora Soraya Thronicke (Podemos) provocou o senador Sergio Moro (União Brasil), ao exibir três vezes vídeo na CPMI do INSS, em que Jair Bolsonaro (PL) admite interferência na Polícia Federal para salvar a família e os amigos. Na audiência da última quinta-feira (2), ela ainda cobrou a convocação dos ministros responsáveis pela previdência social na gestão do ex-presidente para depor na comissão.
De acordo com o Metrópoles, o vídeo de abril de 2020 mostra Bolsonaro irritado com os ministros por investigações que miravam familiares. O material fez parte do inquérito sobre interferência na Polícia Federal, depois da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Thronicke também exibiu falas do atual senador a respeito das acusações que fez contra o governo que integrava.
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No vídeo, Bolsonaro afirmou que interferia em todos os órgãos do Governo e até demitiria ministros para impedir a investigação de integrantes da sua família e amigos. Então ministro da Justiça e Segurança Pública, Moro admitiu que não tinha autonomia e de que havia interferência política na Polícia Federal.
Depois da primeira exibição, a senadora sul-matogrossense disse que “dona Maria, que nos assiste de Rondônia e disse na minha rede social que perdeu o vídeo”. Ela também disse que um sargento do Paraná tinha perdido o vídeo. “Presidente, passe de novo, é para eles que eu trabalho”. A declaração levou a algumas risadas.
Na sequência, a senadora disse que um colega, apontando ao deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS), “foi ao toalette” e nunca viu esse vídeo” e pediu para ser reproduzido uma terceira vez. A comissão foi então suspensa por 10 minutos.
Antes de exibir o vídeo, Soraya destacou que a interferência na PF não era acusação. “Não sou eu que estou dizendo ou confessando”, destacou. No retorno, o senador Sergio Moro, que não estava no momento dos vídeos, pediu a palavra e disse que a reunião ministerial “não tem nada a ver com esse assunto” e disse que teve “ampla autonomia” durante o governo Bolsonaro.
Soraya ainda cobrou a convocação dos ministros da gestão Bolsonaor, como Onix Lorenzoni (Previdência Social), Paulo Guedes (Economia e Previdência), entre outros ministros. Ela destacou que 50% dos descontos indevidos de aposentados e pensionistas ocorreram na gestão Bolsonaro e precisam ser investigados.