A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, do Núcleo de Garantias, decretou a prisão preventiva do secretário municipal de Administração e Finanças de Bonito, Edilberto Cruz Gonçalves, 46 anos, por comandar o esquema de corrupção e fraude em licitações na cidade. Outros dois servidores foram presos nesta terça-feira (7) com a deflagração da Operação Águas Turnas.
A 1ª Promotoria de Justiça de Bonito, com o apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), aponta indícios de que a organização criminosa desviou R$ 4,3 milhões dos cofres do município.
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Além de Gonçalves, a operação prendeu outros dois servidores, o arquiteto e urbanista Carlos Henrique Sanches Corrêa, 45, e Luciene Cintia Pazette. Eles foram presos e encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil da cidade, conforme comunicado feito pelo promotor Adriano Lobo Viana de Resende, coordenador do GECOC.
O 4º integrante da quadrilha com a prisão preventiva decretada é um empresário de Bonito. O nome dele ainda não foi revelado porque não teria sido localizado pelas equipes que cumprem ainda 15 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Terenos e em Curitiba (PR).
De acordo com a investigação, o esquema de fraude em licitações, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro existe há cinco anos. O atual prefeito, Josmail Rodrigues (PSDB), foi reeleito no ano passado com 73,27% dos votos. Apesar da gestão ser alvo, o tucano não é alvo da Operação Águas Turvas.
Preso pela 2ª vez
Essa é a segunda vez que Edilberto Cruz Gonçalves, identificado na Polícia Civil como “motorista” e não secretário de Finanças, é preso. No dia 6 de abril do ano passado, ele foi preso por embriaguez ao volante na MS-178. De acordo com o G1, o boletim de ocorrência revelou que ele dirigia uma caminhonete quando foi flagrado pela Polícia Militar.
O secretário que estava na direção de uma caminhonete levantou a suspeita dos policiais após ficar parado na rodovia antes do ponto de fiscalização. Questionado sobre o motivo, ele não soube explicar.
Edilberto estava com olhos avermelhados, forte odor etílico e “falas e atitudes agressivas”, por isso, os policiais ofereceram a ele o teste do bafômetro. O secretário negou o exame e confessou ter “bebido muito em um evento”, por isso não faria.