Investigada por integrar o esquema de desvio de recursos comandado pelo prefeito afastado de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), a empresa Gomes & Azevedo Ltda, ganhou R$ 32,4 milhões em contratos na Prefeitura Municipal de Campo Grande. A gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) a contratou para obras de pavimentação e construção de praças.
Fundada há 25 anos, a construtora pertence a Erson Gomes de Azevedo e Robergini de Mello Lomba Azevedo. Apesar dos contratos milionários com o município, o capital social é modesto, R$ 800 mil.
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A Gomes & Azevedo entrou na mira do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) graças ao administrador, Marcos do Nascimento Galitzki. Ele foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão autorizados pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Henrique Wancura chegou a ficar preso por quase um mês e só foi solto, mediante monitoramento com tornozeleira eletrônica, graças ao ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça. Ele foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. A denúncia será analisada pela Seção Especial Criminal do TJMS.
Contratos milionários na Capital
O maior contrato firmado com a gestão de Adriane Lopes foi a construção de praças em diversos bairros, que totalizam R$ 19,716 milhões. O contrato foi firmado no ano passado. Só este contrato é 24 vezes superior ao capital social da construtora.
Já no dia 28 de junho do ano passado, a Gomes & Azevedo firmou contrato de R$ 3,727 milhões para obras de drenagem e pavimentação do Bairro Ramez Tebet, etapa A, na saída para São Paulo. A obra chegou a ficar suspensa após as eleições, mas foi retomada neste ano.
Outra obra de pavimentação faz parte do contrato firmado no dia 19 de agosto de 2024, no valor de R$ 8,9 milhões. O contrato assinado pelo empresário Erson Gomes de Azevedo prevê pavimentação asfáltica de ruas na Vila Romana e no Bairro Nova Campo Grande, na saída para Aquidauana.
O valor repassado para a empreiteira pela Prefeitura de Campo Grande não é fácil de consultar devido as dificuldades do Portal da Transparência. Geralmente, ao pedir para saber os valores repassados pelo município, o site indica erro na consulta e deixa o cidadão a ver navios.
O Jacaré já divulgou que a prefeitura repassou R$ 9 milhões apenas neste ano para a Arnaldo Santiago, outra construtora investigada por corrupção em Terenos. O empresário Arnaldo Santiago ficou preso entre os dias 9 de setembro e a semana passada, quando houve a concessão de habeas corpus pelo STJ.
