O Ministério Público Estadual investiga a gestão de Adriane Lopes (PP) por gastar uma fortuna com a locação de ambulâncias enquanto mantém viaturas novas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) paradas em Campo Grande. Os veículos foram doados pelo Ministério da Saúde em dezembro do ano passado e abril deste ano.
A 76ª Promotoria de Justiça quer entender a lógica da administração da atual prefeita de torrar dinheiro com veículos alugados enquanto deixa novos, que não teriam custo nenhum ao poder público, parados no pátio da Secretaria Municipal de Saúde.
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O mais grave é que a população sofre com a falta de remédios, de leitos em hospitais, de aparelhos de Raio-X nas unidades básicas de saúde e pela falta de médicos e especialidades. A Santa Casa corre risco de entrar em colapso por falta de recursos.
A medida foi motivada por representações formais de dois deputados federais, Camila Jara (PT) e Geraldo Resende (PSDB0, e do Conselho Municipal de Saúde, além de reportagens que denunciaram a inatividade dos veículos novos.
Segundo os autos, seis ambulâncias foram entregues em dezembro de 2024 e outras seis, em abril de 2025, todas emplacadas, asseguradas e prontas para uso. No entanto, vistoria técnica realizada em setembro constatou que seis viaturas permanecem paradas na base do Samu, enquanto cinco ambulâncias alugadas continuam em operação.
“O contrato de locação com a empresa envolvida, firmado em julho de 2024, tem custo mensal de R$ 14.295,25 por unidade — totalizando mais de R$ 70 mil mensais —, mesmo diante da vigência de decretos municipais de contenção de despesas”, informou o MPE.
Ao promotor de Justiça, Adriane alegou que não conta com equipes para ativar as novas ambulâncias do Samu. No entanto, a afilhada de Tereza Cristina (PP) deslocou as equipes para atuar nos veículos locados para continuar gastando um dinheiro, que teoricamente, a prefeitura não dispõe.
“Essa decisão contraria os princípios da economicidade e da eficiência na gestão pública, além de representar risco de deterioração dos veículos novos, que permanecem inativos há meses”, destacou o MPE.
Missionária da Assembleia de Deus Missões, Adriane chega ao absurdo de obrigar famílias a pagar pela transferência de pacientes porque não há ambulância de disponível, enquanto as novas estão sendo sucateadas pelo tempo e pela falta de uso no pátio da Sesau.
“A 76ª Promotoria de Justiça também apontou que a inatividade prolongada dos veículos pode comprometer sua integridade e durabilidade, agravando o desperdício de recursos públicos. O Inquérito Civil busca esclarecer os motivos da prorrogação do contrato de locação e verificar a real situação da frota”, alertou.
Até o momento, a senadora, o deputado Dr. Luiz Ovando (PP), que é médico, e os vereadores aliados não cobraram da prefeita o fim do desperdício e mais atenção para a população, que sofre os efeitos nefastos do “estilo” da primeira evangélica eleita para governar Campo Grande.