Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram, na sessão desta quinta-feira (16), uma moção de repúdio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por críticas à senadora Tereza Cristina (PP). Apenas a bancada do PL, formada por André Salineiro, Ana Portela, e Rafael Tavares, votou contra. Parlamentares de direita, em peso, criticaram o filho de Bolsonaro, até da base da prefeita Adriane Lopes (PP). Wilson Lands (Avante) o chamou de “menino mimado”.
A ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro elogiou o diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos, e rifou a candidatura de Eduardo ao Planalto em 2026. Furioso, o filho 03 de Bolsonaro detonou a senadora, a quem acusou de só considerar o “interesse pessoal”. (confira aqui)
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A moção de repúdio foi proposta pelo vereador Marquinhos Trad (PDT), que afirmou que a postagem de Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais teve caráter “difamatório” contra Tereza Cristina e extrapolou o “limite da crítica política e da civilidade democrática”.
“Uma ofensa a uma mulher senadora do estado de Mato Grosso do Sul, cuja sua trajetória tem sido pautada pela ética e dedicação aos serviços do nosso estado”, defendeu Marquinhos. Em seguida, o ex-prefeito leu o conteúdo da publicação de Eduardo.
O filho de Jair Bolsonaro insinuou que Tereza só foi eleita e ganhou destaque político graças ao apoio do pai. Marquinhos, por sua vez, rebateu a insinuação dizendo que a ex-ministra teve mais votos no Estado em 2022 do que o próprio ex-presidente. O vereador argumentou que os ataques à Tereza atingem não apenas ela, mas também “a honra” de Mato Grosso do Sul.
A moção de repúdio foi a votação nominal a pedido do próprio Marquinhos. Apenas Rafael Tavares saiu em defesa de Eduardo Bolsonaro.
“Acho que a direita tem que se unir e não ficar se dividindo. Acredito que a manifestação do Eduardo ou da Tereza, qualquer um aqui pode concordar ou discordar. Acho que a senadora Tereza foi uma ministra brilhante durante o governo Bolsonaro. É uma política que tem todo nosso apoio, assim como Eduardo Bolsonaro tem um papel fundamental hoje em defesa da direita, em defesa da liberdade de expressão”, discursou Tavares.
O vereador bolsonarista considerou que a aprovação da moção de repúdio seria uma “divisão interna que favorece a esquerda”. O próprio avalia que Eduardo exagerou em suas críticas.
O vereador Wilson Lands (Avante) rebateu o colega e disse que quem divide a direita é Eduardo Bolsonaro, a quem chamou de “menino mimado”, ao criticar parlamentares do mesmo espectro político.
Assim como o vereador Jean Ferreira (PT), diversos parlamentares criticaram a atuação do filho de Bolsonaro, que se autoexilou nos Estados Unidos, e trama junto ao governo de Donald Trump por sanções à economia e autoridades brasileiras.
O apelo de Tavares só teve resultado entre os vereadores do PL. O placar final foi de 21 votos favoráveis à moção de repúdio e apenas três contrários, de Rafael, Salineiro e Ana Portela.