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    Em livro sobre tráfico, realidade é convertida em ficção

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt18/03/20194 Mins Read
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    Professor de história faz crítica do novo livro do jornalista Luiz Taques, que aborda o tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia a partir do ponto de vista de uma jovem (Reprodução da Capa)

    O professor Ahmad Schabib Hany fala sobre o novo livro do jornalista Luiz Taques. Em “MULAS”, ele faz retrato sobre a fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia e fala do tráfico de drogas a partir da história de uma jovem,
    explorada pelo tráfico, pelo aliciador, pelo policial –, mas que ousa tentar transformar a sua realidade e dos seus, num acúmulo de carências, frustrações e desventuras

    Ahmad Schabib Hany (*)

    “MULAS”, o mais recente trabalho literário de Luiz Taques, nos leva ao coração da América do Sul e do Pantanal.

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    Corumbá, de um lado, e Puerto Suárez (Bolívia), do outro. Dois lados com uma história comum. E um único e imensurável bioma a acolher generosamente a diversidade de espécies nativas, povos originários, colonizadores e imigrantes, famílias, pessoas. E suas singularidades ou mais variadas expectativas e ambições.

    A argúcia de repórter experiente e a sensibilidade de talentoso artesão das palavras são a alma da obra que celebra o ápice de sua maturidade artística, em que a realidade é convertida em ficção e, dialeticamente, a ficção convertida em realidade. A protagonista do livro de Taques não é apenas a “mula” – a explorada pelo tráfico, pelo aliciador, pelo policial –, mas a jovem que ousa tentar transformar a sua realidade e dos seus, num acúmulo de carências, frustrações e desventuras.

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    É, pois, na terra em que o cosmopolitismo ousou sobrepor-se ao provincianismo tacanho dos recônditos da opressão e propiciou uma prosperidade extraordinária em meio à exclusão imposta pelo poder central e seus agentes de “sangue azul”. Nada, aliás, de diferente do resto de nossa espoliada América Latina, cujas elites anacrônicas ainda não se aperceberam de que sua única e maior riqueza são seu povo e sua terra.

    Terra de encontros e despedidas, como na memorável canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, cuja melodia, ao ler as páginas iniciais das façanhas da protagonista de “MULAS”, parece ser sua trilha sonora. Terra de desafios, sonhos e ousadias, como os narrados nas memórias do Cavaleiro da Esperança, cuja saga não só como líder da Coluna Prestes, mas como incansável rebelde, ao retorno do exílio e do lado boliviano, conhece a sua utopia derradeira e razão de ser. Terra de destino e partida do saudoso Trem do Pantanal, eternizado na composição de Geraldo Roca e Paulo Simões, recorrentemente revisitado em diferentes momentos desta novela de Taques – aliás, Luiz Taques nasceu em Corumbá. 

    Além dessa novela “Mulas”, ele é autor do infantojuvenil “A história de Zé Vida de Barraca”; dos volumes de contos “O casamento vai acabar com o poeta” e “Bebinho, Mamadinho e o velório de Bafo de Alho”; dos romances “Pedro” e “Um Rio, Uma Guerra” e da peça teatral “Tereza é meu nome”.

    E, diferentemente da maioria das fronteiras do subcontinente sul-americano, Corumbá e Puerto Suárez, muito bem retratadas no cenário de “MULAS”, são a materialidade perene de diversas iniciativas ousadas. Embora quase sempre as autoridades e a mídia estejam de costas para seu singular cotidiano, elas são a prova viva de que no anonimato do cidadão comum a história é feita sem ensaios, sem roteiro: ela é construída no dia a dia, e sem esperar pela licença de algum órgão fronteiriço.

    De vitórias e derrotas. De vencedores e vencidos. De venturas e desventuras. Didaticamente reveladas ao longo de uma tragédia que se repete quotidianamente, mas o sensacionalismo chapa-branca da crônica policial e a miopia torpe dos mandarins de plantão tornam invisíveis à medida que criminalizam os desesperados sobreviventes da exclusão.

    “MULAS” é uma novela-reportagem de fôlego – nela, o leitor se depara com uma realidade desde sempre negada sistematicamente pelo status quo, em que excluídos escrevem a história real a despeito das inesgotáveis cantilenas demagógicas dos donos do poder. Pelo simples fato de que a lógica maniqueísta tende a criminalizar os despossuídos, os miseráveis, os excluídos.

    (*) Professor de História

    Capa: artista plástico Acir Alves.

    SERVIÇO:

    Livro: “MULAS”

    Autor: Luiz Taques

    Publicação: 2019       

    Editora: KAN

    À venda pelo e-mail:

    novelamulas@gmail.com

    jornalista luiz taques livro

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