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    Maior da história e espalhando mortes, incêndio no Pantanal se impõe à propaganda oficial

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt01/10/20206 Mins Read
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    Fogo destrói ponte no Pantanal: prejuízo com oito pode ficar de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões (Foto: Divulgação)

    Impulsionado pelo calor de 40º, seca histórica e ação de criminosos, o incêndio no Pantanal já é o maior de todos os tempos. De 1º de janeiro a 30 de setembro deste ano, a região já contabiliza 18.259 focos de calor, 82% superior aos 10 mil registrados no ano passado e 46% superior ao recorde anterior, de 12.536 registrados em 2005, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

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    Além de destruir mais de 3 milhões de hectares, o fogo fora de controle ameaça espécies em extinção, como a arara azul, e continua comovendo o mundo ao causar a morte de mamíferos, aves e repteis. Pelo menos duas pessoas já morreram no inferno pantaneiro. Um caminhoneiro de 60 anos morreu em acidente causado pela fuma na BR-262, entre Corumbá e Miranda, no domingo passado (27).

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    Outra morte, que causou comoção, foi do menino de dois anos, filho de brigadista voluntário no combate ao fogo na Barra do Rio São Lourenço, na Serra do Amolar, uma das regiões mais bucólicas, belas e preservadas na planície pantaneira.

    O fogo ganhou proporções apocalípticas após o Governo do Estado divulgar comunicado de que a situação estava sob controle no dia 20 do mês passado. No domingo passado, a Polícia Rodoviária Federal foi obrigada a interditar o trânsito na BR-262, entre Corumbá e Miranda, por causa da baixa visibilidade causada pela fumaça.

    Novas equipes foram enviadas para reforçar o combate ao fogo na Serra do Amolar, uma das áreas de preservação. “O Pantanal é um terreno que dificulta o combate às chamas. A temperatura excessiva, acima de 40 graus, causa muito desgaste, assim como os deslocamentos pelo curso do rio, em até duas horas, ou pelo solo, carregando equipamentos pesados por 10 a 15 quilômetros. E encontramos ainda muito brejo, atolando até os joelhos”, contou o tenente bombeiro Jonatas Lucena, de Corumbá, em entrevista à assessoria do Governo do Estado.

    Falta de visibilidade causou acidente com morte e interdição da BR-262 (Foto: Arquivo)

    A precariedade na comunicação é outro problema na região, conforme revela Leonilda Aires de Souza, conhecida como Eliane, ao Campo Grande News. “São tantos os acontecimentos que a comunidade fica meio atordoada. Primeiro veio o fogo. Como o sinal de internet é horrível, comecei a pedir socorro para os vizinhos e não conseguia porque não tinha sinal de internet”, lamentou.

    A realidade se impõe até ao discurso do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que passou a comparar os incêndios no Pantanal aos registrados na Califórnia, nos Estados Unidos. Assessores do Palácio do Planalto chegaram a divulgar que a área destruída pelo fogo neste ano era a menor do que a de 2007. Infelizmente, não é.

    Bombeiros tem esforço monumental para combater o fogo no Pantanal (Foto: Divulgação)

    Com base em dados oficiais, de órgãos federais, como o Ibama, a área destruída neste ano já supera 3 milhões de hectares. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o fogo destruiu neste ano área dez vezes maior ao total desmatado em 18 anos, já que foram 2.100 quilômetros quadrados entre 2000 e 2018.

    A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, ensaiou sair em defesa dos produtores rurais da região. Ela afirmou que não podem culpar o homem pelos incêndios no Pantanal. A Operação Matáá, da Polícia Federal, já reuniu indícios de que cinco grandes produtores rurais podem ser indiciados criminalmente pelos incêndios. Entre os investigados está o produtor rural Ivanildo da Cunha Miranda, relator da Operação Lama Asfáltica e indiciado na Vostok.

    Nesta quinta-feira (1º), a sala de crise do Pantanal, criada no final de setembro para gerir as ações de combate ao fogo, volta a se reunir para discutir as ações. A chuva, principal esperança para acabar com as chamas, não deve chegar tão cedo.

    A situação é agravada pela baixa histórica do Rio Paraguai, que está no nível mais baixo desde 1947. A régua em Ladário está abaixo de um metro e indica que a navegabilidade do rio está comprometida em vários trechos, dificultando ainda mais a mobilização das equipes de combate ao fogo.

    O Governo também já contabiliza prejuízos milionários. De acordo com a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), oito pontes de madeira foram queimadas na região. O prejuízo pode superar R$ 3 milhões apenas com a reconstrução dessas pontes.

    Na Serra do Amolar, fogo causou a morte de filho de brigadista que trabalhava no combate ao fogo (Foto: Ecoa)

    Ecoa aponta seis causas para as queimadas fora de controle

    1 – Impunidade para desmatadores e incendiários: 98% dos incêndios no Pantanal tem origem em ações humanas (Ibama/Prevfogo) que são, principalmente, para a limpeza de pastagens; de material de desmatamentos e das estradas. Com a disponibilidade de imagens satelitárias e a visualização direta é possível identificar autores do crime, mas raramente se tem notícias de sua identificação e de que sejam processados e condenados.

    2 – Clima: a sucessão de anos com poucas chuvas, o vento seco e a baixa umidade do ar na Bacia do Alto Paraguai, onde está o Pantanal, são fatores também determinantes para a propagação dos incêndios.

    3 – Rios com nível muito baixo – Planície com pouca água – exemplo do rio Paraguai: os grandes rios do Pantanal receberam poucas águas entre 2019 e 2020, o que reduziu suas áreas de inundação, deixando mais espaço para desmatamento, a queima e propagação de incêndios.

    4 – Plano, não existe: no ano de 2019, foram queimados 3,2 milhões de hectares entre Bolívia, Paraguai e Brasil, nos meses de agosto e setembro. Nas previsões climáticas para o período mais crítico de 2020, estava claro que a falta de chuvas e o tempo seco seriam marcantes, quadro que deveria ter levado a preparação de um Plano específico para cada estado (MS e MT) e outro conjunto entre os dois, considerando prefeituras, Ibama, Marinha e outros órgãos. Investimentos em fiscalização e formação de brigadistas locais deveria ser prioridade.

    5 – Descoordenação: não existe uma coordenação como um Comitê para acompanhar/sistematizar ações entre as diferentes instituições. Diante da situação crítica existente, é urgente a formação de uma coordenação geral com vários setores, incluindo a sociedade civil. Deve-se considerar informações da Bolívia e Paraguai.

    6 – Estradas descuidadas: iniciam-se muitos incêndios a partir das estradas que adentram o Pantanal, principalmente na BR-262 (Campo Grande/Corumbá, MS); Estrada Parque (MS) e Transpantaneira (MT). Não existem ações especiais, preventivas com foco nessas rodovias. Para contenção, é necessária fiscalização e distribuição de brigadas locais, equipadas devidamente.

    Sem planejamento e prevenção, MS pode perder o nosso paraíso (Foto: Arquivo)

    corumbá incêndio no pantanal serra do amolar

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