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    Opinião

    Filósofo recorre a Nietzsche para traçar paralelo entre o nazismo e o ódio nas redes sociais

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt19/02/20225 Mins Read
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    No artigo “A negação e o aforisma”, o filósofo e jornalista Mário Pinheiro faz uma análise histórica sobre o nazismo alemão a partir de Nietzsche e o atual momento da política brasileira. “Este mesmo fenômeno está presente na realidade brasileira, tanto no meio jurídico quanto político, e ainda mais no meio do povo, de pessoas que realmente detestam o livro, odeiam por odiar, riem, mascaram, negam, atropelam a verdade e tentam sair por cima com um ‘é Deus no comando’”, pontua.

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    “Mas a negação do antissemitismo se efetua com o livro ‘Humano, demasiado humano’, em que Nietzsche diz ao poeta Schlomo Lipinier que inúmeras experiências acordaram nele ‘uma grande esperança suscitada pelos jovens desta origem’”, diz.

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    “O ódio nascia sem saber a razão, mas foi crescendo”, relembra, sobre o fenômeno na Alemanha. “Mas no Brasil, um país que se diz de maioria ‘religiosa’ como isso foi possível?”, questiona.

    “Ironia do destino, o Brasil dos apóstolos de Malafaia, Macedo, Soares, negam a realidade da miséria, prestam culto ao vazio e se aproveitam da fragilidade dos fiéis que sonham com a ditadura, mas reprimem os atos da polícia quando esta se mostra violenta contra seus filhos”, critica Pinheiro.

    Confira o artigo na íntegra:

    “A negação e o aforisma

    Mário Pinheiro, de Paris

    Hoje encontramos traços do preconceito de Nietzsche, anti-judeu, quando era adepto das ideias de Shopenhauer, época em que Wagner escreveu o judaísmo na música, influenciado pelo pensamento germânico da época. O nome “judeu” revela um espelho cruel para os plebeus, os juristas e os políticos sem espírito que preferem a submissão ao pé da letra em oposição ao cavalheirismo.

    Este mesmo fenômeno está presente na realidade brasileira, tanto no meio jurídico quanto político, e ainda mais no meio do povo, de pessoas que realmente detestam o livro, odeiam por odiar, riem, mascaram, negam, atropelam a verdade e tentam sair por cima com um ‘é Deus no comando’.

    Mas a negação do antissemitismo se efetua com o livro ‘Humano, demasiado humano’, em que Nietzsche diz ao poeta Schlomo Lipinier que inúmeras experiências acordaram nele ‘uma grande esperança suscitada pelos jovens desta origem’.

    Assim como pela sua ligação a Wagner, Shopenhauer e ao romantismo em que Nietzsche reconhece seus erros ‘que me perdoem se eu, na ocasião de uma estada breve e arriscada nesta região infectada, não fui poupado pela doença e se comecei a conceber pensamentos sobre as coisas que não me interessam: primeiro sinal da infecção política. Por exemplo, sobre os judeus, que me chamem a atenção. Ainda não encontrei um único alemão que esteja bem disposto com os judeus’. O ódio nascia sem saber a razão, mas foi crescendo. Mas no Brasil, um país que se diz de maioria ‘religiosa’ como isso foi possível?

    Alguém se lembra do filme ‘Que horas ela volta’? No cenário social, a pobre era doméstica na casa da patroa. A empregada acreditava nos estudos e incentivava a filha que um dia visita o local de trabalho da mãe. É um clichê que serviu de despertador para evitar o sucesso de quem vem da classe desprovida de bens e da ostentação da piscina.

    Se Nietzsche sentiu o cheiro do crescimento judeu, que vai desaguar em Hitler, o brasileiro cheio de fé passou a negar que a razão estava nos livros, na consciência e na ciência para dar vazão ao obscuro, ao insano, ao esgoto.

    Nietzsche sonhava de uma fusão da aristocracia europeia e da união dos industriais saxões com os banqueiros judeus para lutar contra o pangermanismo. Ele abandona o campo das ideias antissemitas por entender que era uma aberração doentia, mentirosa, ladrona.

    Ironia do destino, o Brasil dos apóstolos de Malafaia, Macedo, Soares, negam a realidade da miséria, prestam culto ao vazio e se aproveitam da fragilidade dos fiéis que sonham com a ditadura, mas reprimem os atos da polícia quando esta se mostra violenta contra seus filhos. Estes fiéis, mas nem todos, aprendem também a negar, por isso, fazer sinal de arma dentro da igreja se torna um aforisma, ruptura da espiritualidade.

    Em Nietzsche, o aforisma é sinônimo de sentença e revela o filósofo que se distancia de tudo que é sinuoso e descontinuo. Humano, demasiado humano é uma coleção de aforismas principalmente porque o autor cursava filologia, dominava a antiguidade grega e a moral dos mitos. Paradoxalmente, Nietzsche, de maneira consequente, faz dos erros um aspecto essencial do conhecimento e um princípio fundamental da vida”.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris.



    CULTURA filosofia fim de semana MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS reflexão de fim de semana

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