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    No Divã Em Paris – O Estado e o monopólio da violência

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt04/05/20243 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    A polícia brasileira, sobretudo a de São Paulo, tanto civil quanto militar, teve formação intensa nos Estados Unidos durante a ditadura, segundo a professora titular de sociologia do Union College de Nova Yorque, Martha Huggins. Ela fala em seu livro, de uma degenerescência da polícia especializada em ataques contra pessoas vivendo em favelas tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Mas tudo começa por quem governa.

    Por exemplo, a polícia que hoje se denomina Rota (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar) nasceu em 1970 durante o governo de Roberto Abreu Sodré. Sodré era governador biônico, escolhido pelos militares. Foi exatamente durante este governo paulista do partido Arena (aliança renovadora nacional) de sustentação da ditadura que São Paulo virou o ponto nevrálgico da violência, tortura e assassinatos covardes na Oban (Operação Bandeirantes) e do DOI-CODI (departamento de operações internas). O livro Rota 66, do jornalista Caco Barcelos, revela que a maior parte dos mortos pela polícia de São Paulo eram inocentes e trabalhadores.

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    Os policiais da Rota, antes de sair em missão, se podemos chamar isso de missão, tomavam cachaça com pólvora para atiçar a coragem de matar, mas quem tem o monopólio da violência, em primeiro lugar, é o governador.

    Em outubro de 1992, a polícia invadiu o complexo Carandiru e abriu fogo contra 111 presos, dos quais uns estavam amotinados, outros dormiam em beliches e foram alvos das balas. Há também a violência de Estado conhecida como o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Estado do Pará, em que a Polícia Militar abriu fogo covardemente contra 21 trabalhadores rurais sem-terra numa armadilha em 1996.

    São Paulo tem um governador paraquedista, isto é, mudou do Rio, se candidatou e ganhou as eleições. É preciso lembrar que o governador de São Paulo foi eleito após uma invasão forjada num baile funk em Paraisópolis em 19 de dezembro de 2019. Tudo teria sido gravado para colocar o então candidato como vítima de violência da favela. Nove jovens foram assassinados pela tropa de choque. Os policiais suspeitos dos crimes, 31 ao todo, não foram indiciados. A polícia de São Paulo carrega o estigma da violência contra negros e pobres.

    A baixada santista virou terra de enigma. A Operação Verão inventada pelo antigo oficial da Rota e atual secretário de segurança pública Guilherme Derrite, matou 54 pessoas. Derrite é ex-oficial da reserva do pelotão. Ao procurar o corpo de um soldado morto, da Rota, eles encontraram sete corpos enterrados em cemitérios clandestinos.

    Quando a polícia comete chacina ou mata a pessoa errada, há casos em que ela muda a cena do crime, muda a versão, diz que matou em legítima defesa, ameaça testemunhas como foi o caso da matança de Barueri e Osasco onde 17 pessoas foram executadas por policiais à paisana.

    Reconheço que nem todos são desonestos e bandidos dentro da polícia civil e militar, existem pessoas éticas, respeitosas e íntegras. Mas quando nos deparamos com o chefe da Polícia Civil carioca atolado até os dentes com a milícia e, sobretudo, no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, é difícil ter fé na segurança.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    filosofia filosofia e cultura MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS reflexão de fim de domingo

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