Mentor espiritual da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e um dos pastores mais influentes da política de Mato Grosso do Sul, Antônio Dionízio da Silva morreu, nesta terça-feira (25), aos 75 anos em decorrência de câncer. Há 34 anos, ele era presidente da Assembleia de Deus Missões, presente em mais de 30 países e fundada em 1944, e continuou no comando após sobreviver a um escândalo em 2020.
Filho do pastor, o ex-vereador de Campo Grande e ex-deputado federal Elizeu Dionízio, lamentou a morte do pai. “Hoje meu pai partiu. Dia triste. Silencioso. O coração sente, a alma se cala”, lamentou.
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Pastor da Assembleia de Deus Missões, deputado estadual e marido da prefeita da Capital, Lídio Lopes (sem partido), também lamentou a morte do líder religioso. “Até breve, meu eterno e querido Pastor Antônio Dionízio. Hoje, nossos corações se enchem de saudade, mas também de gratidão. Perdemos aqui na terra um grande homem de Deus, um pastor que dedicou sua vida ao Evangelho, cuidando de tantas almas com amor, sabedoria e temor ao Senhor”, postou o parlamentar.
Missionária da igreja, Adriane Lopes chegou a citar nominalmente o pastor na posse como “mentor espiritual”. Até o momento, a progressista não se manifestou sobre a morte.
Atuação política
Antônio Dionízio ganhou fama em Porto Velho (RO) e veio a Campo Grande para assumir a Assembleia de Deus Missões no dia 6 de junho de 1991. Na época, a denominação religiosa contava com 30 imóveis na Capital. A nova sede, toda espelhada, foi inaugurada em 2005.
No comando da igreja, ele se notabilizou pela atuação política. O ex-vereador da Capital e ex-deputado federal, Antônio Cruz, é pastor da Assembleia de Deus Missões. O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), que acabou preso e condenado por corrupção, iniciou a carreira política quando era integrante da denominação religiosa.
Além de Elizeu Dionízio, que foi vereador da Capital e deputado federal, Antônio Dionízio ainda apoiou Júnior Longo, que foi vereador da Capital, e o deputado estadual Lídio Lopes. Apesar da crise da igreja, causada pelo escândalo envolvendo Dionízio após ser gravado dando um tapa na bunda da namorada, a Assembleia de Deus Missões festejou a reeleição da missionária Adriane Lopes como prefeita de Campo Grande.
Atualmente, a igreja conta com mais de 12 pastores nomeados em cargos em comissão da prefeitura da Capital.
Aliás, o escândalo abalou o casamento do pastor com Elizabeth de Souza da Silva. Pastor Dionízio se casou no ano seguinte, em 2021, com a então namorada para se habilitar diante dos fieis e continuar no comando da agremiação religiosa.
Aliás, a reeleição foi marcada por tumulto. Na época, até a polícia foi chamada, porque 500 fieis de oposição foram proibidos de entrar na igreja, e somente os aliados, em torno de 300, participaram da eleição.