Além de se negar a pagar a dívida de R$ 46,3 milhões da prefeitura com a Santa Casa de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP), boicotou a reunião da bancada federal com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na última quinta-feira (24), para discutir a crise do hospital, o maior do Centro-Oeste.
O fato foi destacado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos), coordenadora da bancada federal e responsável por agendar a reunião para encontrar uma solução para a instituição. A presidente da Associação Beneficente de Campo Grande.
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Com um déficit mensal de R$ 13 milhões, a Santa Casa suspendeu cirurgias eletivas há vários meses e já registrou boletim de ocorrência na polícia para alertar para o risco de morte e de sequelas em pacientes por falta de materiais, insumos e medicamentos. Até cirurgias de urgências já chegaram a ser suspensas.
“Infelizmente não contamos com a presença de representantes da prefeitura de Campo Grande, a gestora do contrato”, lamentou Soraya. A prefeita é responsável pela gestão do SUS (Sistema Único de Saúde) na Capital. Adriane não foi nem enviou a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, para participar do encontro.
Enquanto tenta elevar os repasses federais, a Santa Casa cobra na Justiça uma dívida de R$ 46,3 milhões do município. A Justiça chegou a determinar o pagamento, sob pena de sequestro, mas Adriane recorreu e obteve liminar do desembargador Sérgio Martins para suspender o pagamento.
“A Santa Casa é uma instituição essencial à saúde pública de Mato Grosso do Sul. Não podemos aceitar que a falta de repasses comprometa vidas. Estamos aqui para buscar soluções e garantir o atendimento digno à população. Essa é uma causa que transcende bandeiras políticas: trata-se de salvar vidas”, afirmou a senadora.
Soraya Thronicke salientou, ainda, que o déficit financeiro enfrentado pela Santa Casa de Campo Grande tem causado não apenas dificuldades administrativas, mas também aumento na demanda de pacientes e no tempo de espera por atendimentos. “A instabilidade financeira tem levado a hospitalizações desnecessárias e comprometido o acesso rápido a tratamentos urgentes, com impacto direto na saúde e bem-estar da população”, FRISOU.
No encontro, a diretoria da Santa Casa buscou, também, a aprovação da portaria GM/MS nº 6.464, que viabiliza recursos para instituições sem fins lucrativos que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida prevê um reajuste de 3,5% nos repasses, garantindo mais sustentabilidade para os hospitais filantrópicos e fortalecendo o atendimento à população.
A reunião com Padilha teve a presença dos deputados federais Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, do PSDB, Camila Jara e Vander Loubet, do PT.
Não houve também a participação de nenhum aliado de Adriane, como os deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, Dr. Luiz Ovando e a senadora Tereza Cristina, do PP.