A ex-vereadora Thais Helena Vieira Rosa Gomes se manifestou após ser absolvida pela Justiça da acusação de de simular a venda de um imóvel para sua sogra para que pudesse haver dispensa de licitação e aluguel do bem para a Prefeitura de Campo Grande. A ex-secretária de Assistência Social informa que o local foi cedido a pedido do então prefeito Nelsinho Trad (PSD) até conclusão da reforma da escola e não foi devolvido.
Conforme a sentença do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Thais Helena e Darci Lopes da Silva foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual por simulação de contrato de compra e venda, com falsificação de escritura pública, para burlar a proibição legal, em ação de improbidade administrativa. Ambas foram absorvidas de todas as acusações.
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Todos os detalhes podem ser conferidos aqui, em matéria publicada no domingo (18). Diante da inocência decretada pela primeira instância da Justiça estadual, Thais Helena decidiu quebrar seu silêncio em memória da sogra.
“Em memória da Darci, minha sogra, mulher honesta, trabalhadora, uma excelente costureira fazia lindos vestidos de festas, uma avó exemplar que cuidava dos netos com muito carinho, uma cristã verdadeira que cuidava do próximo, atendia o próximo, uma senhora que dedicou a vida a cuidar da família, em nome dela e dos meus filhos que ainda em luto pela avó, eu quebro o meu silêncio pois agora com a decisão do juiz em mais de 40 páginas absolve ela e eu, eu ainda aqui para celebrar a justiça, ela infelizmente não vai poder ver aqui sua memória sendo respeitada, mas tenho certeza que de onde está continua intercedendo e sendo luz para minha família”, relata a ex-vereadora.
Leia a nota completa:
Eu nunca aluguei nada para o poder público, primeiro erro da sua manchete, o que eu fiz foi infelizmente ceder a pedido do Nelsinho prefeito o imóvel do Caiobá onde minha sogra tocava o projeto social do Instituto, o Nelsinho me pediu por 6 meses até conclusão da reforma da escola, não tinha onde colocar as crianças para estudar, como não tem até hoje. Encerrado o prazo da cedência a prefeitura não devolveu o imóvel, eu tinha 2 problemas políticos: as mães das crianças da escola que estavam bravas comigo pois meus adversários políticos fizeram questão de na campanha dizer que eu queria o imóvel e as crianças ficariam sem ter onde estudar e as mães das crianças do projeto que não tinham onde deixar os filhos no contra turno e queriam a abertura do projeto de volta. Como o imóvel eu adquiri os terrenos e toda a obra foi realizada com recursos da minha família, inclusive minha sogra, para tocarmos projeto social em uma região tão carente, resolvi vender o imóvel e sabendo que dificilmente alguém compra imóvel ocupado pela prefeitura sem contrato de locação, minha sogra decidiu ficar com o imóvel para voltar o projeto, lá atendíamos centenas de crianças no contra turno escolar, aula de música, atendimento de saúde, cursos de panificação em parceria com a vara criminal através do cumprimento de ´penas alternativas, fabricação de sabão de óleo para geração de renda, distribuição de verduras, alimentos, atendimento social entre outros e o desejo da minha sogra era reabrir o Instituto, vendi a ela e a primeira medida dela foi pedir o prédio de volta, isso em 2013 e até hoje a prefeitura continua usando o imóvel como escola, infelizmente minha sogra faleceu, teve câncer e não pode ver a prefeitura cumprir o seu papel de construir a escola e ela poder voltar a fazer o que ela como uma evangélica atuante amava que era atender as pessoas o dia todo lá no Caiobá e ver centenas de crianças sendo cuidadas e longe das drogas, violências e abusos. Esse processo só iniciou pois ela pediu o imóvel e eles quiseram depositar em juízo o aluguel e depois quando o Gilmar Olarte era prefeito e eu oposição atuante contra ele, umas das autoras das CPI contra ele, o receio da minha sogra era eles tomarem o imóvel e ela não conseguir mais reabrir o projeto. Em memória da Darci, minha sogra, mulher honesta, trabalhadora, uma excelente costureira fazia lindos vestidos de festas, uma avó exemplar que cuidava dos netos com muito carinho, uma cristã verdadeira que cuidava do próximo, atendia o próximo, uma senhora que dedicou a vida a cuidar da família, em nome dela e dos meus filhos que ainda em luto pela avó, eu quebro o meu silêncio pois agora com a decisão do juiz em mais de 40 páginas absolve ela e eu, eu ainda aqui para celebrar a justiça, ela infelizmente não vai poder ver aqui sua memória sendo respeitada, mas tenho certeza que de onde está continua intercedendo e sendo luz para minha família. Não vou ao cemitério levar a decisão, mas li em voz alta para ela ouvir. Sei que pela minhas decisões políticas tanto eu como minha família já sofremos perseguições, não mudarei minhas convicções, continuarei lutando pelo que acredito, só peço perdão a minha família por ter que passar por situações como essas. Sigo em frente, cada vez mais firme e convicta que tenho uma missão aqui e vou cumprir.