O Conselho Nacional de Justiça adiou, pela 2ª vez, o julgamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, afastado da 2ª Vara Cível de Campo Grande em dezembro do ano passado. O magistrado é acusado de movimentações financeiras atípicas e patrimônio incompatível, conforme as revelações feitas pela Polícia Federal na Operação Ultima Ratio.
O relator é o ministro Mauro Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça e responsável pelo pedido de investigação contra o juiz campo-grandense. A corte acabou não julgando Oliveira porque a sessão desta terça-feira (3) foi toda marcada pelo julgamento do juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, punido com a aposentadoria compulsória.
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Essa é a segunda que o processo é incluído na pauta do CNJ. Em abril, o julgamento foi adiado porque o relator estava viajando.
Paulo Afonso também é acusado de participar do golpe de R$ 5,3 milhões em um aposentado carioca. Ele liberou o dinheiro para a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, esposa do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, punido com a aposentadoria por corrupção e venda de sentença.
O juiz Paulo Afonso de Oliveira entrou no radar do corregedor nacional de Justiça após o patrimônio milionário ganhar repercussão nacional. De acordo com a PF, ele possui fazenda avaliada entre R$ 30 milhões e R$ 70 milhões, avião de R$ 1,3 milhão e ainda estava comprando uma outra propriedade de R$ 18 milhões.
Oliveira já chegou a ser alvo de investigação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, mas a falta de quórum, por causa de um voto, ele se livrou da abertura de PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar), que poderia levar a aposentadoria compulsória, punição máxima prevista no estatuto da magistratura.