Apontado como um dos maiores traficantes da fronteira do Brasil, Jarvis Chimenes Pavão foi mais uma vez condenado pela 5ª Vara Federal de Campo Grande. Desta vez, a pena de três anos e dois meses de prisão, em regime aberto, é resultado do crime de lavagem de dinheiro. Com a nova sentença, o “Senhor das Drogas” se aproxima de atingir 100 anos, somando todas as condenações.
Como possui nacionalidades brasileira e paraguaia, Pavão viveu 17 anos no país vizinho, sendo oito preso. A maioria das sentenças é relacionada a crimes ligados ao tráfico e foram proferidas por diversos tribunais, especialmente na região Sul do Brasil, para conferir o histórico de condenações clique aqui.
Veja mais:
“Senhor das Drogas” volta a ser condenado por tráfico e penas acumuladas passam de 90 anos
Narcotraficante acusado de matar Rafaat e fornecer cocaína deve ficar em presídio da Capital
Cabeleireira é condenada a 5 anos de prisão por ser ‘laranja’ de grupo ligado a Jarvis Pavão
O megatraficante também ganhou notoriedade com a execução cinematográfica, com metralhadora .50, do empresário e traficante Jorge Rafaat, “o rei da fronteira”, em junho de 2016. O assassinato teria sido acertado dentro da cadeia em Assunção entre Pavão, o chefe do PCC na região, identificado como Galã, e o representante do Comando Vermelho. No entanto, nunca foi investigado.
O megatraficante “brasiguaio” foi extraditado ao Brasil no final de 2017 para cumprir uma pena de 17 anos e 8 meses de prisão e atualmente está preso na Penitenciária Federal de Brasília (DF).
A nova condenação da 5ª Vara Federal de Campo Grande apresenta as alcunhas “Palmerense” e “Chimarrão Verdão” para Jarvis Pavão. Esses apelidos aparecem em conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal.
O traficante foi considerado culpado devido a quatro transações financeiras denunciadas pelo Ministério Público Federal, de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, e a compra de uma Toyota Hilux SW4. O MPF identificou depósitos de R$ 44 mil, R$ 49.950, R$ 40 mil, R$ 23.590 por um comparsa de Pavão, que seria o principal beneficiado.
O juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini decidiu que tanto a autoria quanto a materialidade dos crimes foram comprovadas pelas interceptações telefônicas, “como as várias diligências policiais realizadas no transcurso das investigações, assim como as quebras de sigilo bancário e a própria oitiva das testemunhas em juízo, as quais, embora não se recordem especificamente de detalhes sobre os crimes de lavagem de capitais, corroboram o contexto da Operação”.
Jarvis Chimenes Pavão foi condenado a três anos e dois meses de prisão, em regime aberto; enquanto Wesley de Matos pegou quatro anos e quatro meses no semiaberto. A sentença foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico Nacional de quinta-feira, 10 de julho.
Como o “Senhor das Drogas” acumulava 93 anos em sentenças, agora chega a 96 anos. Como condenações anteriores foram em regime fechado, o traficante segue preso após ser extraditado pelo Paraguai.