A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu na terça-feira, dia 22, alerta urgente à comunidade internacional diante do avanço da chikungunya, vírus transmitido por mosquitos do gênero Aedes aegypti. O temor é de que o mundo esteja prestes a enfrentar uma nova epidemia semelhante à de 2004-2005, quando quase meio milhão de pessoas foram infectadas.
Em entrevista coletiva divulgada pelo site da OMS, Diana Rojas Alvarez, responsável técnica pela chikungunya na entidade, revela que cerca de 5,6 bilhões de pessoas vivem atualmente em áreas de risco em 119 países. “Estamos vendo a história se repetir”, afirmou a especialista, ao comparar o cenário atual ao de duas décadas atrás.
A chikungunya, que não tem tratamento específico, é conhecida por causar febre alta, dores articulares intensas e, em muitos casos, incapacidade física prolongada. O vírus é transmitido por mosquitos que picam durante o dia, como o Aedes aegypti e o Aedes albopictus (popularmente conhecido como mosquito-tigre), também vetores da dengue e da zika.
Brasil tem mais de 113 mil casos em 2025; MS é um dos estados mais afetados
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que foram registrados 113.193 casos prováveis de chikungunya, em 2025. Foram contabilizadas 101 mortes no País, com outras 73 em investigação, e um coeficiente de incidência de 53,3 casos por 100 mil habitantes.
No entanto, alguns estados enfrentam situação mais crítica, como é o caso de Mato Grosso do Sul, onde o coeficiente de incidência é quase nove vezes maior que a média nacional, alcançando 471,6 casos por 100 mil habitantes. O estado registrou 13.684 casos prováveis, 12 mortes confirmadas e outras cinco ainda em análise.
OMS e especialistas reforçam medidas de prevenção
Diante do avanço da chikungunya e da ausência de tratamento específico ou vacina amplamente disponível, a OMS reforça a importância da prevenção individual e coletiva, especialmente em áreas onde o mosquito transmissor é prevalente.
As recomendações incluem:
- Uso constante de repelentes;
- Roupas de manga comprida, mesmo durante o dia;
- Eliminação de focos de água parada, que servem de criadouros para os mosquitos;
- Fortalecimento da vigilância epidemiológica e da resposta rápida a surtos locais.
A OMS destaca ainda a importância da mobilização global para conter a doença antes que ela alcance os níveis epidêmicos observados no passado.