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    Bolívia vai às urnas com direita favorita e 23% dos votos indefinidos

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré17/08/20256 Mins Read
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    Foto: Martin Bernetti/AFP

    Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil – A Bolívia vai às urnas neste domingo (17) para eleger o novo presidente do país e renovar o Parlamento de 130 deputados e 36 senadores. Candidatos da direita seguem favoritos, e cerca de 23% dos votos indefinidos trazem incertezas quanto ao resultado final do pleito.

    Ex-presidente da Bolívia em 2001 e 2002, Jorge “Tuto” Quiroga, considerado de uma direita mais radical, tem aparecido à frente nas pesquisas, seguido por Samuel Doria Medina, considerado de direita mais moderada. Com cerca de 12 milhões de pessoas, a nação andina faz fronteira com quatro estados brasileiros.

    O racha no Movimento ao Socialismo (MAS) – partido que lidera o país desde 2006 – pode consolidar o fim do ciclo de governos de esquerda no país sul-americano que já dura 19 anos.

    O ex-presidente Evo Morales, impedido de participar do pleito, vem pregando o voto nulo. Nesse cenário, os principais candidatos ligados à esquerda aparecem mais atrás nas pesquisas, ambos desgastados pela associação com o MAS – há quase 20 anos no poder em meio a uma persistente crise econômica.

    Os candidatos da esquerda são Andrónico Rodríguez, atual presidente do Senado, e Eduardo del Castillo, ex-ministro do atual governo de Luis Arce, do MAS, que desistiu de se reeleger em meio à baixíssima aprovação do governo. Se não houver mudanças, os dois candidatos da direita é que devem ir ao segundo turno, marcado para o dia 19 de outubro.

    Incertezas

    Porém, o alto índice de votos indefinidos, entre nulos, brancos e indecisos, e dúvidas sobre voto rural, historicamente mais difícil de medir na Bolívia, adicionam elementos de incertezas sobre os resultados deste domingo.

    A doutoranda em ciência política na Universidade de São Paulo (USP) Alina Ribeiro ponderou à Agência Brasil que as pesquisas na Bolívia costumam não ser muito precisas.

    “Nas eleições de 2020, o apoio ao Luis Arce foi muito subnotificado. Eu acho que essa fração da população que está indecisa, ou que vai votar nulo ou branco, ela é primordial para os resultados da eleição”, avalia a pesquisadora do Núcleo de Democracia e Ação Coletiva do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NDAC-Cebrap).

    A pesquisa mais recente, publicada na sexta-feira (15) pela AtlasIntel, mostra que 23% da população indicou voto branco, nulo ou ainda não sabe em quem votará.

    Bolivia’s former President and presidential candidate for the Alianza Libre party Jorge “Tuto” Quiroga attends a press conference for international media, in La Paz, Bolivia August 14, 2025. REUTERS/Claudia Morales
    Jorge “Tuto” Quiroga aparece em primeiro nas pesquisas – Foto: Reuters/Claudia Morales

    Favoritos

    O candidato que aparece à frente nas pesquisas, Tuto Quiroga, foi ministro da Fazenda em 1992 e eleito vice-presidente da Bolívia em 1997. Em 2005, na primeira eleição que o MAS ganhou, ele ficou em segundo lugar, perdendo para Evo. O candidato tem sinalizado que, se vencer as eleições, vai romper relações com Venezuela, Cuba e Irã, mas admitiu que vai manter a Bolívia como membro parceiro do Brics, devido ao vínculo comercial com China e Índia.

    Em entrevista à CNN, Tuto questionou a participação da Bolívia no Mercosul e propôs um acordo com Chile e Argentina para exploração do lítio, mineral fundamental para indústria da tecnologia. Estima-se que as maiores reservas do mineral estejam nesses três países latino-americanos.

    O candidato usa linguagem semelhante ao presidente argentino, Javier Milei, ao citar que usará uma “motosserra” para cortar gastos públicos. O equipamento foi uma das marcas do presidente ultraliberal da Argentina durante a campanha.

    “Motosserra, facão, tesoura e tudo o mais que você encontrar. É um desperdício e um roubo sem fim aqui. Hoje, o governo boliviano custa 11 vezes mais do que custava quando esses infelizes começaram, 20 anos atrás”, disse.

    A pesquisadora Alina Ribeira acrescentou que Jorge “Tuto” Quiroga vem falando em fazer reformas econômicas, judiciais e constitucionais. “Prometeu ainda soltar o Luiz Fernando Camacho. Essa é uma posição muito simbólica pelo que ele representa. Tuto olha para o Camacho como um preso político”, disse.

    Camacho foi governador da província de Santa Cruz, na Bolívia, e preso por participar dos motins de 2019 que levaram à renúncia do presidente Evo Morales, episódio considerado um golpe de Estado.

    Presidential candidate for the Unidad Nacional party, Samuel Doria Medina, attends a meeting ahead of the October general elections, in Santa Cruz de la Sierra, Bolivia, July 31, 2025. Reuters/Ipa Ibanez/Proibida reprodução

    Samuel Doria Medina – Foto: Reuters/Ipa Ibanez

    Medina

    Em seguida, nas pesquisas, aparece Samuel Doria Medina, que tem se apresentado como um político mais moderado. Ele é um megaempresário boliviano da indústria do cimento, da hotelaria, alimentação e tem grandes propriedades imobiliárias.

    Medina já se candidatou à Presidência duas vezes, ficando em segundo lugar em 2014. Ele promete estabilizar a economia da Bolívia em 100 dias de governo.

    “O problema econômico da Bolívia é fundamentalmente fiscal. Este ano, o déficit fiscal é superior a 10%. Nenhuma economia pode sustentar um déficit dessa magnitude. O déficit deve ser corrigido. Praticamente metade desse déficit são os subsídios para gasolina e diesel. Na Bolívia, um litro de gasolina ou diesel custa 25 centavos”, disse em entrevista ao Infobae.

    Esquerda rachada

    A esquerda boliviana rachou após a divisão da legenda entre os apoiadores do ex-presidente Evo Morales e do atual presidente Luis Arce. O candidato do atual presidente, o ex-ministro Eduardo del Castillo, que vinha amargando 2% das intenções de votos em pesquisa do jornal El Deber, chegou a pontuar 8,1% na última pesquisa da AtlasIntel.

    A principal esperança da esquerda é o presidente do Senado e ex-sindicalista cocaleiro, Andrónico Rodríguez, que deixou o MAS para se lançar à Presidência do país e passou a ser tratado por Evo como “traidor”.

    President of the Senate of Bolivia, Andronico Rodriguez, gives a press conference where he celebrates the registration of his candidacy following the Constitutional Court's (TCP) ruling, in La Paz, Bolivia June 5, 2025. REUTERS/Claudia Morales

    Andrónico Rodríguez – Foto: Reuters/Claudia Morales

    Andrónico também perdeu apoio de algumas organizações de base do MAS por manter na sua chapa, como vice, a ex-ministra de Planejamento Mariana Prado.

    O líder cocaleiro indígena mostrou alguma recuperação na pesquisa da AtlasIntel, chegando a 11%. Em pesquisas anteriores, ele pontuaram 8% nas intenções de votos. 

    “São mudanças relevantes nas pesquisas, mas elas ainda não colocam a esquerda em pé de igualdade com a direita”, comentou Alina. Para a especialista em Bolívia, foi um erro o MAS não ter apoiado a candidatura de Andrónico.

    “O Andrónico simboliza esse novo sujeito indígena e camponês. Ele simboliza esse grupo que liderou o processo do começo dos anos 2000 e levou o MAS ao poder. Quando o MAS apoia a candidatura do Eduardo del Castillo, que é um homem branco e mais distanciado dessa base eleitoral que compõe o MAS, o partido contribuiu para essa divisão interna dentro da esquerda”, comentou.

    Para Alina Ribeiro, a briga entre Evo e Arce impediu que o MAS apoiasse Andrónico, que era muito ligado ao ex-presidente Evo. “Eles avaliaram que não seria interessante postular a candidatura do Andrónico porque ainda era uma figura muito associada ao histórico do Evo Morales”, concluiu.

    bolívia

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