Mário Pinheiro, de Paris – O processo tanto esperado inaugura o medo. A razão agora toca na sensibilidade de quem esteve sempre insensível às dores dos pobres, rindo e relinchando sobre quem morria da Covid 19. Os cemitérios não davam conta de tantas covas rasas deveriam ser abertas.
A inversão de valores vem no lucro dos proprietários de funerárias que venderam todos os caixões. Enquanto isso, na sala de justiça, o vilão ria como a hiena no cio ou a cadela gorda e bem alimentada dentro do Planalto sempre a dizer que não era coveiro.
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O dono do poder se esquecera que o mandato era de quatro anos, que passava tão rápido quanto a lança de Aquiles direcionada para matar Heitor ou a flecha de Ulisses para eliminar os pretendentes de sua esposa Penélope. Por esta razão, arquitetou um plano para continuar na cadeira e jamais passar a faixa ao sucessor.
Se isso acontecesse, pensava ele, monto no meu Pégasus, este cavalo alado e vou para os Estados Unidos. Assim ele fez. De longe, tal e qual um maestro, mas de camarote, arquitetou a quebradeira dos três poderes para que, soberano, pudesse retornar laureado de glória e estabelecer o estado de sítio.
Quando os militares retornaram para suas casernas no final da ditadura, se o Brasil tivesse tido a coragem e o culhão de colocar no banco dos réus os militares mais sujos, os sabujos da corte, os torturadores, julgado de forma limpa, justa, baseado nos fatos históricos e jurídicos, o país talvez teria evitado passar pela vergonha Bolsonaro.
É que este cidadão começa sua trajetória pelo avesso do que é normal, isto é, pelo perdãozinho que recebeu do tribunal militar ao ser expulso com aposentadoria. É impossível hoje falar de anistia para criminoso, gozador da miséria alheia, usurpador e monopolizador do que é mais sagrado, a esperança e fé que alimenta o amanhã.
Anistiar um criminoso é estar de acordo com os crimes que ele cometeu. E quando uma laia de deputados intercede por uma lei que protege pela blindagem, o único objetivo é livrar a cara dos parlamentares metidos com o tráfico de armas, de drogas, assim como o fiel escudeiro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas. Freitas, diga-se de passagem, é o ‘cão’didato preferido da elite brasileira e dos principais meios de comunicação.
É impossível meditar a história recente do Brasil sem considerar a covardia de uns e a coragem de outros. No berço esplêndido do “punhal verde e amarelo” a tentativa era resgatar a vagabundagem de gente que jamais pensou na partilha, mas no individualismo doente cujo objetivo era indecente.
Não é possível errar pela segunda vez, é preciso punir quem cerceia a liberdade e olha somente para a própria familicia. Sem anistia! Imaginemos se Bolsonaro tivesse conseguido o golpe. Seu filho traíra viraria chanceler, o senador ranhento seria embaixador, o vereador federal ocuparia o Ministério das Comunicações e a família estaria livre pra tocar o puteiro, dar tudo de mãos dadas ao Tio Sam. Hoje estaríamos nas sombras, de cabecinha baixa e levando açoitadas de coturnos na bunda. Anistia é sinônimo de impunidade.
Não é possível! Já basta essa corja de evangélicos que pregam para o capitalismo, o enriquecimento próprio além dos vinte nove prefeitos catarinenses ligados ao PL presos por corrupção. Esse evangelismo chegou ao Brasil nos anos 70 com o único objetivo de dinamitar a popularidade da Igreja Católica, enviada especialmente dos Estados Unidos. Os demônios descem do norte e o bolsonarismo é sim uma doença.