Mário Pinheiro, de Paris – O termo genocídio foi usado na deportação em massa do povo armeniano, aproximadamente um milhão e oitocentas mil pessoas declaradas de culto católico ortodoxo, que vivia na Turquia. Eles não tinham pátria.
O império Otomano, de religião muçulmana, pensava que os armenianos eram traidores e espiões dos russos. A decisão turca foi a de expulsar todos para o deserto da Síria onde muitos morreram de fraqueza, fome e sede depois de caminharem sob o sol ardente durante oitenta quilômetros.
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Os que conseguiram ficar vivos foram executados com tiro na cabeça e quem escapou da matança foi por ter conseguido ficar por baixo dos cadáveres. Até hoje a Turquia não aceita e não reconhece tal ato feito entre abril de 1915 e julho de 1916.
O segundo genocídio foi executado pelos nazistas contra o povo judeu em vários campos de concentração. Segundo o líder da onda de ódio, Adolfo Hitler, os judeus ocupavam cargos importantes na economia, na universidade, no comércio e que eram os culpados pela miséria em que vivia o povo alemão.
O resultado é a tragédia das câmaras de gás e execuções de judeus enviados de todos os países europeus dominados pelo nazismo. Depois da catástrofe, a ONU, criada em 1945, proposta pelo presidente americano Franklin Roosevelt, decidiu criar o Estado de Israel em 1948. Aos judeus que viviam sem pátria, isso foi o presente de Deus.
O terceiro genocídio que não se fala porque ninguém podia abrir o bico, aconteceu no Brasil pelos militares. O plano de integração nacional do período ditatorial do presidente Garrastazu Médici invadiu as propriedades indígenas do norte, queimando plantações, casas, matando os resistentes, estuprando mulheres e adolescentes.
Era o pleno período de guerra fria e o ápice da ditadura brasileira. Para eles, índio não valia nada, por isso o desrespeito a suas culturas e suas terras. Mais de oito mil índios foram executados e o cidadão desavisado lambe botas de militares.
O quarto genocídio é o de Ruanda, na África. Aconteceu em 1994. Foi um massacre de massa entre as etnias Tútsis e Hutus que teve duração de cem dias. Esta tragédia se deu por consequência do governo de ruanda constituído pelos Hutus que recusavam de reintegrar os exilados Tútsis. O resultado expunha uma quantidade de oitocentos mil Tútsis assassinados com facão e machadada. Quem pertencia aos Hutus e se mostrou solidário a outa etnia, também morreu por traição.
O quinto genocídio é o de Gaza e acontece sob as barbas da imprensa brasileira que serve e lambe o que pode da elite. Lembremos que Israel não tinha nem Estado. Desde que chegaram na região que era ocupada por palestinos, jamais cessaram de expulsar, matar e ocupar a terra dos vizinhos para suas colônias.
Gaza é o inferno. Não há mais hospitais, escolas, universidades, centros de saúde, prédios, casas nem carros. Tudo virou ruinas. O ódio pela etnia árabe é um horror. Os caminhões com mantimentos não podiam passar porque era necessário matar o povo de fome. O império americano contribui com armas e bombas capazes, tanto de destruir edifícios quanto fazer buracos de até trinta metros de profundidade.
Mas a guerra alimenta a vaidade de Netanyahu que já não deseja nem quer a paz, porque se a guerra para, ele vai preso por crimes de guerra, corrupção, desobediência aos apelos da corte internacional, genocídio.
As cenas de crianças sujas implorando com panela vazia, um pouco de farinha, de angu de feijão, corta o coração dos que ainda possuem coração. Não é possível um mundo tão desigual, desumano e insensível. Os militares israelenses tem ordem para atirar na multidão que se aglomera pra buscar mantimentos. A vida de palestino está como a dos índios no tempo da ditadura, sem valor.
A última ofensiva de Netanyahu foi o ataque em Doha, no Catar, pra assassinar os membros de Gaza que intermediam acordos de paz. No Catar está a maior base militar americana.
O genocídio é a marca registrada do ódio que se comunica pela morte de inocentes em massa. A Turquia não reconhece o mal que fez. Os Hutus que estavam no poder, pouco a pouco foram reconhecidos e condenados. Os militares brasileiros fingem que foram bons, mas usam óleo de peroba pra aliviar a cara de pau.
Os governantes de Israel terão de pagar pelo mal que propagam. De certo não aprenderam a lição do que é sofrer nas mãos dos alemães.