Estatísticas que acompanham os casos de câncer de mama apontam a redução dos diagnósticos entre mulheres em diversos países, como o Brasil. Embora possa parecer uma boa notícia, o tema vem acompanhado de um alerta: cada vez mais, mulheres jovens, com idade inferior a 50 anos, têm apresentado a doença, conforme a médica Angela Gianquinto, associada à Sociedade Americana do Câncer.
“Ainda que a taxa de mortalidade por câncer de mama tenha diminuído em 44% graças aos avanços na detecção precoce e no tratamento, o aumento contínuo na incidência do câncer de mama pode retardar o progresso no futuro. As taxas estão aumentando em 1,4% ao ano, em comparação com 0,7% ao ano em mulheres mais velhas”.
Câncer de mama é a neoplasia que mais mata mulheres no Brasil
No Brasil, o câncer de mama ainda figura como principal vilão relacionado à morte precoce de mulheres. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres, após o câncer de pele. A taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2021, de 11,71/100 mil (18.139 óbitos). Para o Brasil, foram estimados 73,6 mil novos casos em 2024, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Embora rara, a doença também pode acometer homens, representando cerca de 1% dos casos.
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É relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta idade a incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. O Ministério da Saúde afirma que cerca de 17% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis.
A doença é a neoplasia que mais atinge mulheres no Brasil, sendo as regiões Sul e Sudeste as que apresentam maiores taxas de incidência e mortalidade. Diante desses dados, a detecção precoce e a prevenção primária desempenham um papel crucial na redução dos números da doença. O acesso à informação, exames de rotina e cuidados com a saúde são essenciais para que a população feminina esteja preparada para identificar os sinais e buscar tratamento adequado o quanto antes.
Embora o autoexame das mamas seja importante, a mamografia é a principal ferramenta para a detecção precoce da doença. Mulheres entre 50 e 69 anos devem realizar o exame a cada dois anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde, e aquelas com maior risco devem seguir um acompanhamento médico individualizado. A mamografia é capaz de identificar tumores em estágios iniciais, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
SUS oferece mamografia gratuitamente para mulheres e homens
O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece mamografias gratuitamente para todas as mulheres, com foco na faixa etária de 50 a 69 anos, seguindo as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 2022, foram realizadas 4.239.253 mamografias no SUS, das quais 3.856.595 foram para rastreamento. Homens também têm acesso ao exame, com 8.719 mamografias registradas, e desde 2022, a opção de mamografia de rastreamento está disponível para homens trans.
Além do diagnóstico precoce, a prevenção do câncer de mama envolve a adoção de hábitos saudáveis. A prática regular de atividade física, a manutenção de um peso saudável e a redução do consumo de álcool são recomendados. A amamentação também é considerada um fator protetor, contribuindo para a diminuição do risco de câncer de mama.
O câncer de mama está relacionado a vários fatores de risco como idade, histórico familiar, menopausa tardia, uso prolongado de anticoncepcionais e comportamentos como o sedentarismo e o consumo de álcool. A conscientização e a mudança de hábitos são essenciais para a prevenção, assim como o acesso a exames de rastreamento.
Campanha Outubro Rosa reforça importância do diagnóstico precoce do câncer de mama
A campanha Outubro Rosa reforça a importância de estar atento aos sinais do corpo, e a Enfermagem continua a desempenhar um papel essencial nesse cenário, promovendo a saúde, oferecendo informação e garantindo que as mulheres tenham acesso aos exames preventivos e ao apoio necessário. Com a colaboração de toda a sociedade, é possível reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida de milhares de mulheres no Brasil.