O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) afirmou que a emenda de R$ 1 milhão destinada ao Fundo Estadual de Saúde de São Paulo foi para a construção do Hospital do Amor, em Dourados. O repasse teria ocorrido ao estado mais rico do País, conforme o bolsonarista, porque o hospital do câncer de Barretos tem o CNJPJ paulista.
O repasse causou polêmica porque a saúde de Mato Grosso do Sul está em colapso, mas o parlamentar destina o recurso justo para São Paulo, o mais rico e comandado pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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A construção de uma unidade do Hospital do Amor em Dourados tem o objetivo de sanar a falta de unidades de tratamento de pacientes com câncer na região sul do Estado. Atualmente, os pacientes viajam para tratamento em Cascavel (PR) ou em Ribeirão Preto, onde fica o Hospital do Amor.
No total, Rodolfo, Marcos Pollon (PL) e as senadoras Soraya Thronicke (Podemos) e Tereza Cristina (PP) destinaram um total de R$ 11,8 milhões em emendas para outros estados em detrimento a Mato Grosso do Sul, em 2023 e 2024. Embora não seja ilegal, o repasse interestadual entrou no radar do Supremo Tribunal Federal.
Todos os deputados e senadores têm direito a emendas, que são recursos que eles usam para bancar obras e projetos em seus redutos eleitorais. Com isso, os parlamentares conseguem ganhar mais capital político entre os eleitores. Alguns parlamentares, entretanto, decidiram direcionar os recursos para municípios onde não fizeram campanha. Para o STF, como representante de um estado, o deputado ou senador tem que representar os interesses dos seus eleitores.
Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com a plataforma Central das Emendas, mostra que no último ano foram R$ 252 milhões em dinheiro público destinados por congressistas a Estados diferentes de suas bases de origem. O montante sobe para R$ 550 milhões quando considerados os últimos quatro anos.